Retomado em maio de 2014 após passar dois anos suspenso, o projeto Consultório na Rua, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), mudou seu foco de atuação e hoje procura resgatar a cidadania e dignidade de pessoas em situação de rua por meio do acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, são três equipes que atuam em todas as regiões da Capital e acolhem uma média de 300 pessoas em Natal.
Segundo o coordenador do projeto Consultório na Rua, Levi Carvalho, toda pessoa que é acolhida pelas equipes é levada para fazer o cartão de acesso ao SUS, que é um elemento de inclusão no sistema, independente dela ter ou não documentação pessoal. Já outros procedimentos, como tirar carteira de identidade e CPF, a pessoa é encaminhada para um assistente social para os procedimentos necessários.
Ele explicou também que as três equipes multiprofissionais que atuam hoje em Natal são compostas por dois agentes sociais – que são profissionais que trabalham especificamente a pessoa em situação de rua ou que já tenham estado nesta condição -, um técnico de enfermagem, um psicólogo, um assistente social e um terapeuta ocupacional.
“Das três equipes, duas delas atuam na Zona Leste, com a base de apoio nas unidades de Mãe Luíza e São João e a terceira na Zona Sul, na Unidade de Estratégia de Saúde (ESF) da Família de Ponta Negra. Elas acompanham as pessoas, constroem um aporte junto a elas, encaminhame desenvolvem ações conjuntas com outras áreas, como Assistência Social, por exemplo”, disse.
Projeto tinha foco em usuários de drogas
O programa começou em novembro de 2011 como Consultório de Rua e tinha seu foco voltado para a Saúde Mental, mas dois anos depois foi suspenso temporariamente, retornando somente em maio de 2014 focado na Atenção Básica. Há uma discussão nacional em torno do projeto e a perspectiva é que se torne um trabalho contínuo, permanecendo por longo tempo, já que há uma necessidade grande deste serviço para a população em situação de rua.
“O Consultório na Rua se propõe a atender de forma ampla e integral à população em situação de rua, respondendo ao princípio da equidade, ou seja, buscamos ofertar um serviço que permita que essas pessoas possam acessar o Sistema Único de Saúde (SUS), que muitas vezes não têm por fatores diversos como preconceito tanto dos profissionais como deles mesmos. E isso é uma das coisas que a população trabalha, inicialmente nas unidades de saúde, mas também à toda a rede com exames laboratoriais, de alta e média complexidade”, afirmou o coordenador do projeto, Levi Carvalho.
Ele explicou que cada pessoa atendida é acompanhada de forma breve e que somente os casos mais graves, quando há dificuldades de acessar ou aderir a alguma forma de saúde, é acompanhado com mais detalhes. E em caso de agendamento de consulta, por exemplo, é feito apenas o rastreio para saber se a pessoa foi atendida.
Fonte: Portal JH
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