segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

COMERCIANTES DE ARTESANADO DAS PRAIAS DE NATAL RECLAMAM DAS VENDAS


 
 



Sempre bastante aguardado por quem trabalha com turismo, pelo grande número de visitantes em Natal, esse mês de janeiro não está sendo muito bom para quem trabalha comercializando produtos de artesanato na Praia do Meio, na zona Leste da capital. Comerciantes e artesãos reclamaram que o número de turistas circulando pela área e, principalmente, comprando, está muito abaixo do esperado para este período de férias e que a maioria deles é oriunda de diversas cidades do Nordeste, como Recife e Fortaleza.
Para a artesã Neusimar Barros, o movimento está mais fraco que em anos anteriores e as poucas vendas que faz é motivo de alegria, já que ela depende disso para sustentar a família. Ela disse também que o surgimento de novos locais de vendas de artesanato na cidade ajudou a enfraquecer os estabelecimentos já existentes, que registram queda de, em média, 20%, com relação a 2014.
“Já foi muito melhor, hoje fica até difícil comparar com outras épocas. Infelizmente, as vendas vêm caindo consideravelmente e isso é péssimo para todos nós, porque passamos o ano todo esperando o mês de janeiro, que coincide com férias escolares, quando tem muito turista circulando. Mas, a gente tem que viver do jeito que dá e agradecemos os poucos que vêm comprar aqui”, falou.
Ela, que trabalha com produtos de algodão para cama e mesa, disse que as peças que mais saem são os jogos americanos e trilhos para mesa. Já na loja da comerciante Paula Edna, são as bolsas de palha e coisas infantis, como roupas, bonecas e kits com bóias, óculos de mergulho e brinquedos para praia, como baldes e forminhas para areia.
“O movimento é maior à tarde, mas ainda assim, está bem abaixo do que os mais antigos falavam antes. E as pessoas que passam por aqui olham, perguntam os preços e pouco compram, para nossa tristeza, porque vivemos disso e precisamos vender para sustentar nossas famílias. A nossa esperança é que até o final de janeiro as coisas melhorem um pouquinho, mas do jeito que está, não sei o que pode acontecer”, lamentou.
Castanha de caju
As duas comerciantes trabalham no Centro de Artesanato da Praia dos Artistas, que possui 107 estabelecimentos comerciais, entre lojas de produtos artesanais, regionais e a praça de alimentação. Na manhã desta segunda-feira (19), o movimento de visitantes ainda era pequeno e os comerciantes aproveitavam para organizar as mercadorias nos expositores, para uma melhor apresentação.
Segundo o comerciante Renan Tarcísio, que atua com produtos alimentícios regionais, a situação só não está pior por causa dos visitantes vindos de outros estados, até mesmo vizinhos, como os do Nordeste. E, entre os itens mais comercializados, está a castanha de caju, que é vendida em várias apresentações: doce, salgada, cristalizada, caramelizada e outras.
“São poucos turistas estrangeiros que estão circulando por aqui, a maioria é do Nordeste mesmo, de cidades como Recife e Fortaleza, que já conhecem a cidade e voltam outras vezes. Já os produtos que mais saem são as castanhas, com certeza. As pessoas gostam muito, compram para elas mesmo ou ainda para levar de presente para algum familiar ou amigo, já que temos ela em várias versões doces e salgadas. Se não fosse isso, a nossa situação estaria mais crítica”, afirmou.
Visitantes pedem desconto
A poucos metros de distância do estabelecimento, no Mãos de Arte Shopping do Artesanato, a situação da comerciante Maria Helena da Silva é um pouco melhor. Vendedora exclusiva de produtos em algodão ecológico, ela disse que não sentiu muito a redução nas vendas e que o período está tranquilo. “Alguns ainda pedem desconto, pechincham, mas acabam levando as peças porque reconhecem que são produtos de qualidade e que os preços estão bons. Graças a Deus, até o momento, não perdi vendas por causa de preço, principalmente os turistas que vêm de fora”, falou.
Vinda de Manaus, a turista Leni França chegou cedo ao shopping para conhecer a região e disse que, apesar dos preços trabalhados em Natal serem maiores que na sua cidade natal, ainda dá para comprar sem reclamar. “Gostei muito de tudo o que encontrei aqui, o artesanato é muito bonito e os preços, apesar de alguns serem altos, são compatíveis”, disse.



Nenhum comentário:

Postar um comentário