segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

LIXEIRAS PÚBLICAS SÃO FURTADAS E QUEBRADAS NO CENTRO DE NATAL

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Elas desapareceram e ninguém sabe ao certo o paradeiro nem o autor do crime. A vizinhança levanta suspeitas, mas não há testemunhas. As autoridades públicas afirmam que a prática é comum e não vão deixar de fazer o seu papel. O sumiço em questão é das lixeiras da rua João Pessoa no centro da cidade.
Do trecho entre a avenida Rio Branco e a avenida Marechal Deodoro da Fonseca, 12 lixeiras do tipo papeleira foram roubadas e outras duas estão danificadas. O enorme fluxo de pessoas do local conta agora somente com dois depósitos intactos – já no trecho entre a avenida Princesa Isabel e Deodoro da Fonseca.
Segundo vendedores ambulantes da região, lixeiras novas foram instaladas pela Prefeitura de Natal há cerca de cinco meses. Mas apenas um mês depois os depósitos foram quebrados ou roubados. Pelo menos é isso que conta o vendedor de lanches Juscelino Gomes da Silva, que trabalha há oito anos no local. “A Prefeitura colocou, mas infelizmente a vagabundagem quebra. Às vezes é até para vender porque isso é plástico”, cogitou.
Na falta de depósitos adequados, Juscelino faz a sua parte trazendo uma sacola plástica para uso de sua clientela, mas deixa que outras pessoas também usem em nome da limpeza do espaço público. “Às vezes eu estou aqui, eles colocam no meu lixo. Eu gosto sempre de trazer um saquinho”, mostrou com orgulho.
A flanelinha Mayara Gomes está há oito meses cuidando de carros em frente da Caixa Econômica Federal da rua João Pessoa. A suspeita dela também é a mesma do vendedor de lanches. “São moradores de rua que tiram ou estragam aí”, disse apontando para uma das lixeiras que chegou a ser retirada quase inteira.
Os clientes dela também comentam a ausência de depósitos para o lixo. “O pessoal comenta que não gosta de jogar lixo na rua e que não tem uma lixeira para jogar”, contou a flanelinha.
As lixeiras tinham uma distância variável entre 20 a cinco metros uma da outra. Agora, só se encontram as hastes onde eram acopladas no meio das calçadas, ou os suportes de encaixe pelos postes.
Kainara Cartacho saiu da Caixa Econômica em direção a avenida Rio Branco sem achar uma lixeira sequer. “Vim procurando de lá até aqui e não tinha. Só vim ver achar aqui [no cruzamento com a Rio Branco]. Fazia uma tempo que não andava por aqui recentemente, porque agora você fica recebendo panfleto e não tem onde jogar”, disse.
Ainda assim, ela colocou o lixo num depósito sem tampa, o que propicia o acúmulo de chuva e, por conseqüência, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti (dengue e febre chikungunya).
Kainara acredita se os cidadãos soubessem da importância de se ter uma cidade limpa, as lixeiras não desapareceriam. “É uma falta de educação. Se tivesse, não danificava o patrimônio público”, acrescentou.
Sobre educação cidadã, a pedagoga Kenya Vaneska Lúcio conta que durante uma caminhada sobre o calçadão da Rua João Pessoa, ela comia um pastel envolvido em um saco de papel e achou que dificilmente teria um destino correto se dependesse da quantidade de lixeiras disponíveis na via.
“Mas quando eu não acho [lixeira], eu guardo até encontrar uma”, falou. Quando soube que a maioria dos depósitos de lixo haviam estavam depredados ou foram roubados, ela logo disparou: “vou ter que jogar em casa mesmo”.
Segundo Kenya, as novas gerações deverão estar mais preocupadas em cuidar da limpeza do ambiente onde vivemos, seja com o hábito de não jogar o lixo da rua, seja com a preservação do patrimônio público. “Todos os projetos de escola são voltados para a valorização do meio ambiente. O pessoal de antigamente não tinha essa preocupação, nem na minha época de escola havia esse pensamento. O adulto de hoje se não conversar o meio ambiente para ele, que faça isso, pelo menos, para aqueles que estão por vir”, orientou a pedagoga.
Natal Mais Limpa
A implantação de lixeiras pela cidade está dentro do projeto coordenado pela Companhia de Serviços Urbanos de Natal (Urbana). Desde 2013, foram instaladas 900 lixeiras pela cidade do tipo papeleiras com capacidade de 60 litros. O problema é que 40% delas foram depredadas ou roubadas. Os depósitos da rua João Pessoa entram nessa estatística também.
A Urbana avalia que o prejuízo esteja em torno de R$ 50 mil. A companhia já anunciou que irá repor os depósitos roubados ou destruídos e ampliar as regiões contempladas, com cerca de 500 novas papeleiras. Mas de acordo com a diretora de planejamento e gestão ambiental, Juliana Ubarana, não especificou qual seria o prazo para essa reposição.
“Nós selecionamos as vias de maior circulação de pedestre”, disse sem detalhar. Ela também falou que não tem como saber exatamente se as papeleiras são roubadas com fins de venda para reciclagem. Ainda segundo Urbarana, a companhia detecta a falta de um depósito por meio dos seus garis quando realizam a limpeza deles.
Fonte: Portal JH

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