sábado, 6 de setembro de 2014

REMO NO RIO POTENGI COMPLETA 99 ANOS COM MUITA LUTA PARA NÃO ACABAR

Foto: Wellington Rocha


O amor pelo esporte deu origem ao clube, o clube deu origem a um projeto social e o projeto conseguiu resgatar inúmeras crianças e jovens em situação de risco.
Hoje, o Clube de Remo Náutico se mantém com a ajuda dos sócios e próximo de completar 99 anos, no dia 3 de outubro, luta pela sobrevivência. Para os esportistas e amadores do remo ligados ao Náutico, o melhor presente próximo ao seu centenário seria o reconhecimento do poder público.
De acordo com o vice-presidente do clube, Valdércio Costa, mais conhecido como Decinho, se não fosse o amor pelo remo, o esporte já teria desaparecido no Rio Grande do Norte ao longo dos anos. “Graças aos remadores mais antigos e àqueles que apreciam o 
esporte, nós continuamos firmes. São as mensalidades pagas por eles que nos ajuda a manter o Clube e nossas atividades, como a escolinha de remo”, destacou.

Atualmente, cerca de 40 pessoas que frequentam o clube contribuem com a manutenção dos projetos e da estrutura, que fica localizada na Rua Chile, na Ribeira. “Infelizmente, o remo vive esquecido em nosso Estado”, desabafou Valdércio, decepcionado com os dias de incerteza daqueles que praticam um esporte secular em Natal às margens do Rio Potengi.

Tradicionais pela força do tempo, os clubes de remo do RN estão em xeque. A ampliação do Porto de Natal com a construção do terminal de passageiros, em curso pela Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), ameaça as atividades diárias dos remadores do Náutico e do Sport Clube, outro clube tradicional também localizado na Rua Chile.
“Até nisso o apoio do poder público é muito ausente. Além de não termos incentivo financeiro e logístico, ainda enfrentamos algumas pressões burocráticas por causa do Porto de Natal. Sabemos da importância deles para a atividade náutica e para o turismo em nossa cidade, mas acredito que nós também temos importância aqui”, afirmou Decinho.

Um dos maiores orgulhos para o Clube de Remo Náutico são os resultados do projeto social que os próprios remadores realizam, na sede do clube. A escolinha de remo, além de resgatar o futuro ‘perdido’ de algumas crianças e jovens, ainda deu aos alunos uma nova perspectiva de vida.

“Estamos inseridos em meio aos moradores que vem das Rocas e Paço da Pátria, por exemplo, que são regiões conhecidas pela marginalização. Não sei informar quantos alunos já passaram por aqui, mas posso garantir que foram muitas pessoas beneficiadas através do remo. O esporte tem um impacto social muito grande na vida das pessoas e isso não pode se perder”, disse o vice-presidente do Clube.

“Se tivéssemos recursos garantidos todos os meses, com o apoio do poder público, com certeza teríamos condições de fazer um trabalho maior junto à população. Em contrapartida, estaríamos aumentando a divulgação do remo. Se estiver dentro do esporte, dificilmente uma pessoa vai para o mundo das drogas e nós temos a consciência disso”, destacou.

A última ajuda que os remadores conseguiram foi um apoio junto à Prefeitura de Natal, conquistada através da Federação Norte-Riograndense de Remo. A Federação apresentou ao prefeito Carlos Eduardo um projeto para desenvolver as escolinhas de remo e conseguiu junto à administração municipal um recurso de R$ 30 mil. Porém, até o momento, só foram repassados à entidade metade desse valor, que deu para adquirir uns motores para os barcos.


“Estamos na expectativa de ainda receber o restante do valor incluído no projeto para conseguirmos investir mais no projeto. Os motores já são de grande ajuda, estando inclusive à disposição dos remadores para competições. Mas precisamos de mais. Para se ter uma ideia, um barco mais simples no mercado para a prática do esporte custa aproximadamente R$ 2 mil”, explicou Decinho.JH


Fonte Portal JH



Nenhum comentário:

Postar um comentário