sexta-feira, 5 de outubro de 2012

MARUIM NAS ROCAS, UMA COMUNIDADE SOFRIDA

A comunidade do Maruim, localizada no bairro das Rocas, próximo ao Canto do Mangue, ainda aguarda a relocação das famílias que ali vivem para outros bairros. Com a necessidade de ampliação do Porto de Natal para a edificação de novas instalações para a acomodação de mercadorias de importação e exportação, toda a comunidade aguarda o cumprimento da promessa de transferência das moradias para uma região próxima da maré, uma vez que a maioria das famílias é composta por pescadores. A área tem a extensão de 14 mil m² e comporta cerca de 155 famílias carentes, que dependem, muitas vezes, exclusivamente da pesca para sobreviver.
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A comunidade ocupa uma área de 14 mil metros quadrados. São 155 famílias que moram na área e sobrevivem, principalmente, da pesca

Apenas 17 famílias foram relocadas para as novas casas, conforme foi divulgado pela Secretaria Municipal de Habitação, Regularização Fundiária e Projetos Estruturantes (Seharpe): 11 para o bairro das Quintas e mais seis para o bairro de Nossa Senhora da Apresentação, na Zona Norte da capital. De acordo com Nalva, as casas desocupadas foram demolidas, todavia apenas os inquilinos foram beneficiados com a nova casa. Os proprietários dos terrenos ainda aguardam pela casa prometida pela prefeitura. "Já tem dono dizendo que vai construir de novo no local. Quem quer perder um imóvel assim, do nada?", questionou.

A demora na continuidade da relocação dos moradores da comunidade do Maruim tem feito a pescadora Maria de Fátima do Nascimento, de 43 anos, viver num casebre que está com a estrutura comprometida, avaliado pela própria Defesa Civil. "Já são dois anos de decretação de comprometimento das estruturas, mas também não fizeram muita coisa para tirar a mim e à minha família de seis filhos e netos daqui de dentro", murmurou. Quando chove ou em picos de maré cheia, a sujeira se acumula e impede as famílias de dormir tranquilamente. O depósito de xelita, bem ao lado, força a parede das casas e aumenta ainda mais a chance de desmoronamento das estruturas. Ratos e insetos são a grande causa de doenças em toda a comunidade.

Expansão do Porto de Natal não é comprometida com demora da relocação

De acordo com informações da assessoria de imprensa da Codern, a demora na realocação das famílias da comunidade do Maruim, apesar de necessárias, "não vai atrapalhar as obras" que estão em curso no porto de Natal. A assessoria disse ainda que a retirada da comunidade do Maruim é importante para a aumentar a retroárea do porto.

A Codern informou que, depois da conclusão das obras dos "dolphins" de atracação de navios, da dragagem do canal do rio Potengi e da duplicação da área de armazenamento e da capacidade de embarque de mercadorias, a construção do terminal marítimo de passageiros está com 10% das obras executadas e com 70% dos recursos, de um total de R$ 49,3 milhões, garantidos no orçamento da União para 2012.

FONTE: Tn Online

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